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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Como os hormônios contribuem para a saúde


Estriol na esclerose múltipla?

O estriol somente é sintetizado em quantidades significativas pelo corpo humano durante a gravidez, uma vez que é produzido pela placenta. Suas concentrações séricas nas mulheres'não grávidas' não sofrem grandes mudanças depois da menopausa, cujos níveis não são significativamente diferentes daqueles dos homens. Se, contudo, o 'estriol não conjugado' estiver anormalmente baixo na mulher grávida, isto pode ser indício de problemas no desenvolvimento do feto. O contrário também procede, muitas condições patológicas em mulheres grávidas podem causar desvios nos níveis de estriol e comprometer o bom progresso da gestação.
O estriol induz a normalização do epitélio vaginal, ajudando a restaurar a microflora normal e o pH fisiológico da vagina. Em consequência, ele aumenta a resistência das células epiteliais vaginais à infecções e inflamações. O estriol também pode ser aplicado topicamente para aliviar as mudanças atróficas genitais da pós-menopausa e a incontinência urinária.
Há alguns anos, pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) descobriram que o estriol é capaz de reduzir notavelmente os sintomas da esclerose múltipla em mulheres grávidas (uma queda de 80% nas lesões inflamatórias do cérebro). Isso levantou a hipótese de que o estriol poderia beneficiar as vítimas da esclerose múltipla, agindo por meio de dois mecanismos: reduzindo a habilidade das células imunológicas em atacar o cérebro ao mesmo tempo em que tornaria o cérebro mais resistente a danos, caso alguma célula do sistema imunológico chegasse até o tecido. A terapia moderna da esclerose múltipla consiste no uso de anti-inflamatórios para aliviar os sintomas e retardar a progressão da doença; esses anti-inflamatórios são administrados por inconvenientes injeções diárias, semanais ou mensais, dependendo da droga, além de serem extremamente onerosos. 'Além de ser muito mais barata, a terapia com estriol pode ser feita via oral e tem décadas de segurança por trás do seu uso' (Dr. Voskuhl, diretor do Programa de Esclerose Múltipla da UCLA).
Um estudo de dois anos, envolvendo sete institutos americanos, está sendo realizado nos Estados Unidos, em 150 mulheres, para averiguar a viabilidade do tratamento da esclerose múltipla com estriol.
Estradiol no homem
Estradiol é um hormônio sexual erroneamente designado 'hormônio feminino'. Presente também nos homens, o estradiol representa o maior estrógeno do corpo humano.
Ele não somente tem impacto crítico sobre a reprodutibilidade e o funcionamento sexual, mas também afeta outros órgãos, incluindo a estrutura óssea. Na mulher, o papel do estradiol é patente: age como hormônio do crescimento para o tecido dos órgãos reprodutivos, suportando o revestimento interno da vagina, glândulas cervicais, endométrio e o revestimento interno das trompas de Falópio, além de aumentar o crescimento do endométrio.
No homem, o efeito do estradiol (e estrógenos) sobre a reprodução masculina é complexa. Existem evidências de que a programação do comportamento sexual de animais adultos machos depende largamente da produção de estradiol no sistema nervoso central, a partir da testosterona, durante a vida pré-natal e a primeira infância. Também foi descoberto que as estruturas cerebrais sexualmente dimórficas de machos fenotípicos podem mudar para uma estrutura similar à das fêmeas quando são expostas ao estradiol. Alguns estudos clínicos ainda suportam a ideia de que níveis fisiológicos de estradiol também exercem efeito neuroprotetor ao longo da vida adulta.
Além disto, vale lembrar que a terapia de reposição de estrógenos parece reduzir a morbidade e a mortalidade por problemas cardiovasculares em mulheres pós-menopausadas, um benefício que pode estar relacionado à ação antioxidante dos estrógenos. Este mecanismo protetor possivelmente ocorre pelo aumento na produção de óxido nítrico (NO) pelo endotélio e à consequente melhora da hemodinâmica. Foi demonstrado que o aumento na liberação de NO pelas células endoteliais (e a vasodilatação induzida pela acetilcolina) pode ser causado pela redução na formação de radicais livres de oxigênio, uma propriedade dos estrógenos que não é inibida na presença de progestinas. Apesar dos benefícios inerentes à terapia de reposição hormonal, está claro hoje que a prescrição de estrógenos exógenos requer uma cautelosa análise da relação risco/benefício.
Fluocinolona acetonida com hidroquinona e ácido retinoico no melasma
Fluocinolona é um derivado sintético da hidrocortisona fundamentalmente usado na dermatologia para reduzir inflamação e aliviar irritação, podendo ser veiculado sob a forma de pomada, creme, solução, xampu e óleo.
Alguns estudos recentes avaliaram o uso de um creme convencional à base de hidroquinona 4%, ácido retinoico 0,05% e fluocinolona acetonida 0,01% - considerada um corticosteroide de baixa potência - no tratamento do melasma.
A análise dos resultados clínicos revela que a eficácia e os efeitos adversos produzidos pela tripla combinação são similares entre os estudos, provando não somente a boa eficácia da combinação dos três agentes, como também a sua segurança. Nos ensaios clínicos, a tripla combinação clareou os melasmas em 35%, versus hidroquinona 5%, em oito semanas em diferentes populações estudadas, inclusive brasileiros. Um estudo de longo prazo demonstrou que a eficácia e a segurança da tripla combinação podem ser constantes por um período tão longo quanto 360 dias. Melhora nos parâmetros de qualidade de vida também foi demonstrada em pacientes que utilizaram o creme com hidroquinona, ácido retinoico e fluocinolona acetonida, incluindo melhoras significativas na autopercepção.
O tratamento com os três agentes foi muito bem tolerado, apesar da ocorrência de alguns efeitos adversos que já eram esperados ao longo da ação da medicação. Telangiectasias são as preocupações mais frequentes quando do uso de corticosteróides, mas não foram relatados casos severos com a tripla combinação. Inclusive, uma vantagem relatada pelos autores de um dos estudos foi o efeito protetor sinérgico do ácido retinoico tópico em relação ao corticosteroide, reduzindo os efeitos da atrofia.
Sílvia Torres,
Farmacêutica
Fonte/ Informação
Ca – Canal Aberto, publicação da Pharma Nostra
Apoio: Fórmula farmácia de Manipulação
Rua da Paz, 162, centro, São Luís-Ma


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