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domingo, 4 de dezembro de 2011

IC People Terry Wahls -Cura para a esclerose múltipla com dieta?


“I am a Doctor Who Was Diagnosed with MS (Multiple Sclerosis). Within 5 Years, My Disease Progressed Until I Could Walk Only A Few Short Steps. But I Made a Discovery That Changed My Life. This is How I Overcame Secondary Progressive MS and Got Out of My Wheelchair...”
Dear Friend,

My name is Dr. Terry Wahls, and I have MS (multiple sclerosis). This is an autoimmune disease wherein the body’s own immune system attacks the central nervous system. No specific cause for MS has yet been identified, however contributing factors such as environment, viral, immune dysfunction, and genetic predisposition have been linked to the disease.

I was initially diagnosed with MS (relapsing-remitting type) in 2000 at The Cleveland Clinic. I was treated with different disease modifying medications to no avail. By 2003 my MS had transitioned to secondary progressive MS, which is the more severe type that responds poorly to treatment. I had many problems including difficulty with walking, poor balance, and poor coordination. I went from using a cane, or a ski pole to a scooter, and then to a tilt-recline wheelchair.

Over the three years that followed, I only became weaker.

READ MORE OF DR. WAHLS’ STORY...

http://www.thewahlsfoundation.com/mmm/Chapter%20Six-Seven.pdf

* Disclaimer: This book is intended for educational purposes and not as medical advice. It is not intended to diagnose, treat, prevent, or cure any disease. In the United States only F.D.A approved treatments may make such claims. The statements that follow have not been evaluated by the F.D.A.



http://www.thewahlsfoundation.com/mmm/

Minding My Mitochondria 2nd Ed. - How I Overcame Secondary Progressive Multiple Sclerosis and Got Out of My Wheelchair by Dr. Terry L. Wahls is a comprehensive guidebook by an academic general medicine physician who created a unique program of intensive therapies to treat her MS. Within one year she was walking again throughout the hospital and even pedaled an 18 mile bicycle tour!

http://youtu.be/jLPVsO8omy4

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Primeira 'arma' contra as perturbações da mobilidade na Esclerose Múltipla

A European Medicines Agency (EMA) aprovou em 2011 a utilização no continente europeu do primeiro fármaco destinado a tratar e combater perturbações da mobilidade em doentes com Esclerose Múltipla.

Segundo a agência, o tratamento com recurso à fampridina demonstrou eficácia em adultos, tanto nas formas surto-remissão, como em formas progressivas.

“A fampridina é o primeiro tratamento com um impacto positivo nas perturbações da mobilidade, que afectam e condicionam a vida de dois terços dos doentes com esclerose múltipla”, considerou o neurologista do Hospital de Santa Maria, João de Sá. “Os doentes em tratamento com fampridina reportam, adicionalmente, uma melhoria global do seu desempenho quotidiano, o que poderá estar associado a outros benefícios do fármaco, que irão ser agora avaliados”, continuou.

Segundo as conclusões de um estudo recente desenvolvido pela Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM), 56% dos doentes diagnosticados são cidadãos profissionalmente inactivos devido às limitações decorrentes da doença.

A doença atinge 6 mil portugueses e mais de dois milhões em todo o mundo.
http://www.dnoticias.pt/actualidade/pais/295285-primeira-arma-contra-as-perturbacoes-da-mobilidade-na-esclerose-multipla

Terça, 31 Maio 2011 15:19
A Biogen Idec acaba de anunciar que o Comité de Medicamentos para Uso Humano (CHMP) da Agência Europeia do Medicamento (EMA) emitiu um parecer positivo para autorização de comercialização da fampridina.

Lisboa, 27 de maio de 2011 – Com base na recomendação do CHMP, a Biogen Idec espera que a autorização de introdução no mercado de fampridina (comprimidos de libertação prolongada) seja concedida no prazo de 67 dias.


“Estamos muito satisfeitos com a decisão do CHMP. As disfunções da marcha são um sintoma comum em doentes com esclerose múltipla e estamos entusiasmados com a possibilidade de oferecer aos doentes europeus uma terapêutica oral para esta importante necessidade clínica” afirma Dr. Norman Putzki, Diretor de I&D da Biogen Idec. "A fampridina vai oferecer aos doentes, independentemente do seu tipo de esclerose múltipla (EM), uma nova opção terapêutica para melhorar a marcha. A aprovação condicionada permitirá que este tratamento chegue ao mercado europeu já este verão”.

O CHMP recomendou a autorização condicionada da Fampridina para melhorar a capacidade de marcha em doentes adultos com EM que apresentem disfunções da marcha (EDSS entre 4 e 7). A fampridina foi eficaz em pessoas com todos os tipos de EM, tanto nas formas surto-remissão, como em formas progressivas. A fampridina pode ser usada em monoterapia ou concomitantemente com outras terapêuticas para a EM, incluindo medicamentos imunomoduladores.

De acordo com o Dr. João de Sá, neurologista do Hospital de Santa Maria em Lisboa, “A fampridina é o primeiro fármaco com um impacto positivo nas perturbações da mobilidade, que afectam e condicionam a vida de dois terços dos doentes com EM. Os doentes em tratamento com fampridina reportam, adicionalmente, uma melhoria global do seu desempenho quotidiano, o que poderá estar associado a outros benefícios do fármaco, que irão ser agora avaliados”.

"Milhares de doentes nos Estados Unidos sentiram melhorias na sua capacidade de marcha desde que começaram a ser tratados com este medicamento. A decisão do CHMP vai permitir que os doentes europeus tenham em breve acesso à fampridina " defende o Dr. Andrew R. Blight, diretor científico da Acorda Therapeutics, Inc. "Estamos muito satisfeitos com o nível de colaboração entre Acorda e a Biogen Idec, graças à qual cada vez mais pessoas com EM podem beneficiar deste medicamento."



Sobre a autorização condicionada de comercialização
A autorização condicionada de comercialização é concedida a um medicamento que dá resposta a uma necessidade clínica e que obteve uma avaliação positiva do perfil de benefício/risco. O benefício para a saúde pública que advém da disponibilização imediata desses medicamentos deverá ser superior ao risco inerente ao facto de serem necessários dados adicionais. A autorização condicionada de comercialização é renovável anualmente. Como parte das condições de autorização condicionada de comercialização para Fampridina, o Comité recomenda à Biogen Idec a realização de um estudo para aprofundar os benefícios do medicamento e a sua segurança a longo prazo. Este estudo deverá proporcionar informações sobre outros benefícios do medicamento, para além dos demonstrados na velocidade da marcha. Estes requisitos estão de acordo com as atividades de desenvolvimento pós-aprovação já programadas.

Sobre o medicamento (Fampridina)
É uma formulação em comprimidos de libertação prolongada da substância ativa fampridina (4-aminopiridina, 4-AP ou dalfampridina). Foi desenvolvido para melhorar a marcha em doentes adultos com esclerose múltipla. Na EM, a mielina danificada expõe canais na membrana dos axónios, levando a fugas de iões de potássio e ao enfraquecimento da corrente elétrica enviada através dos nervos. Há estudos que demonstram que a fampridina pode aumentar a condução de corrente elétrica ao longo dos nervos danificados, o que pode resultar numa melhoria da capacidade da marcha. Esta formulação de libertação prolongada foi desenvolvida e está a ser comercializada nos EUA pela Acorda Therapeutics, Inc. A Biogen Idec planeia comercializar e desenvolver o produto fora dos EUA, sob um acordo de licenciamento com a Acorda. Este medicamento foi desenvolvido através da tecnologia Matrix Drug Absorption System (MXDAS™) da Elan.

Sobre a Biogen Idec
A Biogen Idec cria novos padrões de tratamento em áreas terapêuticas com necessidades médicas ainda sem resposta. Fundada em 1978, a Biogen Idec é líder global na descoberta, desenvolvimento, produção e comercialização de terapêuticas inovadoras. Doentes de mais de 90 países podem beneficiar dos produtos da Biogen Idec, que se centram em doenças como os linfomas, a esclerose múltipla e a artrite reumatóide.

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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

terça-feira, 15 de novembro de 2011

comunidade de pessoas que convivem com a Esclerose Múltipla (EM) a ter ideias únicas e inovadoras


Conhecidos finalistas da campanha Real MS: Your Innovation da Merck Serono

15/11/2011 - 08:56

A Merck Serono anunciou os quatro finalistas da campanha Real MS: Your Innovation, a competição internacional de design, que chama a comunidade de pessoas que convivem com a Esclerose Múltipla (EM) a ter ideias únicas e inovadoras, que venham a ajudar os doentes a superar os desafios diários, avança a companhia, em comunicado enviado ao RCM Pharma.
Mais de 100 participantes de todo o Mundo responderam ao desafio de apresentar ideias únicas e inovadoras de aparelhos ou de aplicações online, que pudessem vir a minimizar alguns dos problemas da vivência com EM. Depois de uma votação online, o painel internacional de jurados anunciou os quatro finalistas:

Suporte para desporto
Brian Light, Canadá

Fanático pelo voleibol, Brian Light não quer que a EM o leve a deixar o desporto. Como tal, criou um suporte de ajuda na locomoção com seis pernas, oito rodas e um sistema de correias, que fornece equilíbrio e estabilidade. Este aparelho está dirigido a quem não tem equilíbrio ou força nas pernas, para se manter em pé ou fazer manobras. Desta forma, Brian consegue manter as mãos livres para poder jogar o desporto que ama.

Muleta multifuncional
Sherri Crider-Luckieye, EUA

Para Sherri, uma mulher muito activa, tornou-se difícil conseguir alcançar objectos pouco acessíveis, quando tinha, ao mesmo tempo, que se manter apoiada nas duas muletas. Por isso, desenvolveu a sua ideia de muleta multifuncional, um aparelho que permite a pessoas com mobilidade reduzida, como ela, caminhar e chegar a artigos ao mesmo tempo.

Elevador de pernas
Sue Buck, EUA

A Sue é inflexível: a EM não lhe pode roubar a independência. Como se torna difícil levantar as pernas sem ajuda, Sue teve a ideia do elevador de pernas:tiras simples e elegantes, que se ajustam ao joelho e ajudam a levantar as pernas. Com uma simples manobra, o elevador ajuda a subir e descer escadas, a entrar e sair de veículos e a ultrapassar outras tarefas diárias.

Aplicação de Smart Phone para pessoas em cadeira de rodas
Sigrid Richter, Suíça

Toda a sua vida, Sigrid observou pessoas com mobilidade reduzida a ter dificuldades em lugares públicos. A sua ideia consiste numa aplicação, para um Smart Phone, que ajuda pessoas com mobilidade reduzida, sobretudo aquelas com EM, a encontrar acessibilidades em locais do dia-a-dia como restaurantes, lojas, cinemas, parques de estacionamento e transportes públicos.

O que diz o painel de jurados

“Como designer com mais de 10 anos de experiência em cuidados de saúde, estou verdadeiramente inspirado com a diversidade e criatividade das ideias que vimos durante esta competição”, afirmou Axel Unger, membro do painel internacional de jurados e Director Geral da IDEO, multinacional que trabalha em inovação, sedeada em Munique. “As quatro ideias finalistas representam a criatividade e inspiração da sociedade com EM, as várias necessidades com que estas pessoas se debatem diariamente, e o poder de ouvir directamente as pessoas com EM, tendo como objectivo serem apresentadas soluções positivas”.

Os quatro projectos finalistas vão ser apresentados no site da competição, www.realmsvoices.com, onde as pessoas com EM poderão votar na ideia favorita. O vencedor irá passar dois dias nos estúdios de design da IDEO, onde a ideia será trabalhada, em conjunto com a equipa da IDEO, para que ganhe formato visual, com a possibilidade de construção de um protótipo, que poderá ser partilhado com a população mundial com EM.

“Os quatro finalistas da competição Your Innovation são verdadeiros exemplos de capacidade de adaptação positiva, aos desafios que a doença lança”, afirmou, Belén Garijo, COO da Merck Serono. “Durante este programa, fomos motivados pelas ideias inspiradoras da comunidade com EM. A campanha também é uma maneira de relembrar as necessidades que as pessoas com EM ainda têm e a nossa responsabilidade, enquanto cidadãos do mundo, de oferecer soluções para que estas pessoas vivam melhor”.

É com este objectivo que a Merck Serono, anunciou o lançamento da coligação MS&Work, uma nova iniciativa que irá juntar a Merck Serono e líderes mundiais, com o objectivo de demonstrar os custos sociais e individuais da EM, bem como os benefícios correspondentes de prolongar a vida activa das pessoas com a doença.

Para mais informação da campanha Real MS:Your Innovation, ou para votar na ideia que acha vencedora, por favor visite o site da campanha www.realmsvoices.com.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Estudo britânico descobre forma de reparo da esclerose múltipla Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/ciencia/estudo-britanico-descobre-forma-de-reparo-da-esclerose-multipla-2914358#ixzz1dg3YsRUm © 1996 - 2011. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.


LONDRES - Cientistas britânicos identificaram uma forma de estimular o sistema nervoso a regenerar-se nos casos de esclerose múltipla. Os estudos, publicados na revista Nature Neuroscience, foram realizados em ratos nas Universidades de Cambridge e Edimburgo, na Escócia. A pesquisa identificou uma forma de ajudar as células-tronco no cérebro a reparar a camada de mielina, necessária para proteger as fibras nervosas.
A esclerose múltipla é uma doença neurológica crônica que destrói a mielina, uma camada que isola as fibras do sistema nervoso central, causando sintomas como visão embaçada, perda de equilíbrio e paralisia.
Em cerca de 85% dos casos, os pacientes têm uma forma de esclerose múltipla chamada de recaída/remissão, na qual as "crises" que incapacitam a pessoa são seguidas de uma recuperação de um nível da função física perdida. Nesta forma da doença, parece haver um reparo natural da mielina.
Mas, cerca de 10% das pessoas são diagnosticadas com a forma progressiva da esclerose múltipla, na qual o declínio avança sem qualquer período de recuperação.
Além destas pessoas, os pacientes com a forma recaída/remissão da doença também podem desenvolver a chamada esclerose múltipla progressiva secundária, que afeta o paciente da mesma forma que a progressiva. Os cientistas têm tentado desenvolver tratamentos justamente para estes dois grupos.Regeneração
Nos casos de esclerose múltipla a perda da camada de mielina, que funciona como uma camada de isolamento, leva ao dano nas fibras nervosas do cérebro. Estas fibras são importantes por enviarem mensagens para outras partes do corpo.
A pesquisa britânica identificou uma forma de estimular as células-tronco do cérebro para que elas regenerem estas fibras. E também mostraram como este mecanismo pode ser explorado para fazer com que as células-tronco do cérebro melhorem sua capacidade de regeneração da mielina.
Com isso, os cientistas esperam poder ajudar a identificar novos medicamentos que estimulem o reparo da mielina nos pacientes que sofrem com a doença.
- Esta descoberta é muito animadora, pois pode abrir o caminho para elaborar medicamentos que vão ajudar a reparar o dano causado a camadas importantes que protegem as células nervosas no cérebro - afirmou o professor Charles ffrench-Constant, da Sociedade para Pesquisa em Esclerose Múltipla da Universidade de Edimburgo.
- Terapias que reparam o dano (causado pela doença) são o elo perdido no tratamento da esclerose múltipla - afirmou o professor Robin Franklin, diretor do Centro para Reparo de Mielina na Universidade de Cambridge.
- Neste estudo identificamos um modo pelo qual as células-tronco do cérebro podem ser estimuladas a fazer este reparo, abrindo a possibilidade de um novo medicamento regenerativo para esta doença devastadora - acrescentou.Anos
Instituições de caridade britânicas, voltadas para tratamento de esclerose múltipla, afirmaram que, apesar de ser uma notícia animadora, ainda serão necessários alguns anos antes de um tratamento ser desenvolvido.
- Este é o começo de um estudo, em roedores, mas será muito interessante observar como se desenvolve - afirmou Pam Macfarlane, diretora-executiva da instituição de caridade voltada para pacientes com esclerose múltipla MS Trust.
A pesquisa britânica foi financiada por instituições americanas, a MS Society e National MS Society.
- Para pessoas com esclerose múltipla esta é uma das notícias mais animadoras dos últimos anos - afirmou Simon Gillespie, diretor-executivo da MS Society.
- É difícil colocar em palavras como esta descoberta é revolucionária e como é importante continuar com as pesquisas em esclerose múltipla.
Para mais notícias, visite o site da BBC Brasil
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Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/ciencia/estudo-britanico-descobre-forma-de-reparo-da-esclerose-multipla-2914358#ixzz1dg3MiqJj
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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Ingrediente ativo do açafrão é eficaz no tratamento contra esclerose múltipla


Composto conhecido como crocina exerce efeito protetor contra doenças que envolvem neuroinflamação

Pesquisadores da Faculdade de Medicina e Odontologia da University of Alberta, no Canadá, descobriram que um ingrediente ativo do açafrão persa pode ser utilizado no tratamento contra doenças que envolvem a neuroinflamação, como a esclerose múltipla.
"Descobrimos que existe um composto no açafrão, conhecido como crocina, que exerce um efeito protetor nas culturas de células cerebrais e outros modelos de esclerose múltipla. Ela preveniu os danos às células que formam a mielina no cérebro. A mielina é o isolamento ao redor de nervos. A esclerose múltipla é caracterizada por células cerebrais inflamadas que perderam esse isolamento de proteção, o que acaba por conduzir à neurodegeneração", diz o líder da pesquisa, Chris Power.
Power notou que eles ainda não estão perto de um estágio de ensaios clínicos, mas a descoberta mesmo assim é animadora.
A comunidade de pesquisa sabe há anos que a crocina protege os neurônios em determinadas situações, mas Power e sua equipe queriam aprofundar-se ainda mais nesta área.
Sua equipe descobriu que a inflamação e um tipo específico de estresse celular estão intimamente ligados e levam à neurodegeneração e à inflamação que fazem com que as células percam a sua camada protetora - um processo conhecido como desmielinização. Em experimentos conduzidos por Power e seus colegas, o uso da crocina suprimiu tanto a inflamação quanto este tipo específico de estresse celular, resultando na diminuição do comprometimento neurológico em modelos de laboratório e culturas de células com esclerose múltipla.
"Ainda há muitas perguntas a serem respondidas sobre como a crocina exerce estes efeitos neuroprotetores, mas esta pesquisa destaca um papel possível para a crocina no tratamento de doenças envolvendo a neuroinflamação crônica - algo que não havia sido reconhecido até agora", disse Power.
Ele explicou que a pesquisa demonstra um novo mecanismo na esclerose múltipla, fornece novos alvos terapêuticos potenciais no futuro, e ajuda a explicar por que os médicos veem inflamação na esclerose múltipla.
A equipe de pesquisa também revelou que este tipo específico de estresse celular, chamado de resposta a proteínas desdobradas, pode ser causado por um vírus antigo, que foi introduzido no DNA dos seres humanos primitivos. Este estresse celular em particular é encontrado em níveis elevados nas lesões cerebrais da esclerose múltipla.
"Nós todos temos esses vírus antigos em nosso DNA, mas por alguma razão ele é excessivamente ativado na esclerose múltipla. Estamos fazendo mais pesquisas investigando esta ligação",disse Power.
Power vem investigando esta área específica por seis a sete anos.
Fonte: Isaude.net

sábado, 5 de novembro de 2011

Novartis três vezes premiada em noite de celebrar os feitos da IF mundial 04/11/2011 - 14:59


Os feitos da Indústria Farmacêutica (IF) mundial foram celebrados em grande estilo na noite de quinta-feira, no 7th Annual Scrip Awards, que decorreu na Grosvenor House, em Londres, conta o site do evento. A cerimónia, organizada pelo radialista e comentador político da Right Honourable Michael Portillo, premiou a excelência em toda a gama de actividades do sector farmacêutico, de biotecnologia e de investigação.

A Novartis foi a grande vencedora da noite, cimentando um ano sólido para a empresa, com três prémios, enquanto empresa indiana Glenmark Pharmaceuticals levou para casa dois troféus.
A Novartis triunfou em algumas das maiores categorias da noite: Pharma Company of the Year (patrocinado pela ICON), Best New Drug (patrocinado pela INC Research) e Executivo do Ano para o CEO Joe Jimenez.

A grande conquista da Novartis, que arrecadou o prémio de Pharma Company of the Year (Melhor Companhia Farmacêutica do Ano), durante o ano de qualificação, foi a aquisição da empresa de produtos oftalmológicos norte-americana Alcon, que alavancou um quinto segmento de negócio para a Novartis, juntando-se aos de produtos farmacêuticos, medicamentos genéricos, vacinas, diagnósticos e saúde do consumidor.

A Novartis também gozou de um crescimento acima do mercado em 2010, reforçado pelo novo portefólio de produtos e lançamentos de novos produtos inovadores. Um deles, o fármaco para o tratamento da esclerose múltipla (EM) Gilenya® (fingolimod), arrecadou o prémio de Melhor Novo Medicamento (Best New Drug): O fármaco foi aprovado na Rússia em Agosto de 2010, e lançado pela primeira vez nos EUA em Outubro, tornando-se a primeira terapêutica oral de toma única diária para o tratamento da Esclerose Múltipla.

Os membros do júri declararam: "Esta é uma nova abordagem verdadeiramente notável para o tratamento da EM. O Gilenya® essencialmente 'sequestra' linfócitos nos gânglios linfáticos, 'aprisionando-os" de modo a que eles não possam fazer danos no sistema nervoso central. É uma abordagem elegante para previnir a desmielinização na EM". Alterando o curso da doença de uma nova forma, o Gilenya® oferece boa eficácia, com um perfil de segurança capaz de ser gerido, com a conveniência de a toma ser de uma cápsula uma vez ao dia, abordando uma importante necessidade não atendida nessa população de pacientes.

E a presidir toda essa actividade esteve o CEO Joe Jimenez, que foi recompensado com o troféu de Executivo do Ano. Desde que se tornou CEO no início de 2010, Jimenez levou a Novartis a atingir um crescimento dinâmico a cada trimestre, com um crescimento de 14% em 2010 e ultrapassando a média da IF.

Falando da Novartis no geral, os membros do júri disseram: "As várias acções para completar a aquisição da Alcon, o lançamento de alguns novos produtos importantes e o programa de investigação continuada e inovadora fazem deste um ano de" avançar em todas as frentes" para a companhia.

A Glenmark Pharmaceuticals arrecadou dois prémios: Best Company in an Emerging Market (Melhor Empresa em Mercados Emergentes) e (Best Overall Pipeline) Melhor Pipeline Global.

Conheça todos os vencedores em todas as categorias aqui.
 

sábado, 29 de outubro de 2011

Palestra marca início de ambulatório inédito de Esclerose Múltipla

Medicina ABC 
 “Direitos jurídicos dos portadores de esclerose múltipla”

A Faculdade de Medicina do ABC inaugura em setembro nova fase do Ambulatório de Esclerose Múltipla. Há 3 anos apenas com consultas em Neurologia, o espaço pioneiro no Grande ABC ganha perfil multiprofissional e multidisciplinar ao incorporar áreas de Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional, Otorrinolaringologia e Assistência Social. O início da nova etapa será marcado por palestra no próximo sábado (10 de setembro), às 9h, sobre “Direitos dos portadores de esclerose múltipla”. Sob responsabilidade da advogada Dra. Sumaya Caldas Afif, da ABEM - Associação Brasileira de Esclerose Múltipla, o evento gratuito e direcionado ao público leigo ocorrerá na própria FMABC (Av. Príncipe de Gales, 821 - Santo André). Não é necessária inscrição prévia e os interessados podem se dirigir diretamente ao local.

Vinculado à disciplina de Neurologia, o novo Ambulatório de Esclerose Múltipla da Faculdade de Medicina do ABC funcionará às quintas-feiras, das 8h às 12h. O local receberá casos suspeitos encaminhados pelos próprios profissionais que atuam no campus universitário e pelo SUS via Unidades Básicas de Saúde das sete cidades do Grande ABC.

De acordo com a professora de Neurologia e coordenadora do ambulatório, Dra. Margarete de Jesus Carvalho, a ideia é que mensalmente o local ofereça eventos gratuitos e de orientação à população na área de esclerose múltipla e, futuramente, também em doença de Parkinson.

Jovens no alvo: Doença neurológica mais prevalente entre jovens na Europa e na América do Norte, a esclerose múltipla atinge aproximadamente 2 milhões de pessoas em todo o mundo. É mais comum em países de clima temperado e que acomete com maior frequência o público feminino, na proporção de 2 mulheres para cada homem. O problema tem maior prevalência em adultos entre 20 e 40 anos, raramente atingindo crianças e idosos.

De causa desconhecida, a esclerose múltipla é doença inflamatória crônica que afeta o sistema nervoso central. Assim como lúpus e diabetes, é uma doença autoimune, caracterizada quando o sistema imunológico deixa de reconhecer o organismo e passa a combater não apenas inimigos, como bactérias e vírus, mas também tecidos e células saudáveis. Na esclerose múltipla, o sistema imunológico agride a bainha de mielina – camada que envolve estruturas dos neurônios denominadas axônios. “Quando ocorre lesão inflamatória da bainha de mielina  do axônio, temos o chamado surto, cujos sintomas duram pelo menos 24 horas”, explica Dra. Margarete de Jesus Carvalho, professora da disciplina de Neurologia e coordenadora do Ambulatório de Esclerose Múltipla da FMABC.

A doença acomete diferentes partes do cérebro e da medula espinha. A ocorrência dos surtos é imprevisível. Entre os principais sintomas estão visão dupla (diplopia) ou perda súbita da visão, fadiga, tontura, perda total ou parcial da força muscular, tremores, falta de coordenação motora, dificuldade para andar, alterações de fala, de memória e de sensibilidade.

Apesar de não ter cura, o tratamento medicamentoso é bastante eficaz. Os objetivos são reduzir o número e a gravidade dos surtos, assim como a quantidade e a dimensão das lesões, além de retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida do paciente.
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Alvo terapêutico pode impedir deficiência física associada à esclerose múltipla


Experimentos laboratoriais mostram que impedir molécula granzima B de entrar nos neurônios evita a perda de células cerebrais



Pesquisadores médicos da University of Alberta, no Canadá, descobriram possível novo alvo para desenvolvimento de droga contra a esclerose múltipla que pode impedir a deficiência física associada à doença.
Na primeira fase da esclerose múltipla, os pacientes têm inflamação das células do cérebro, resultando em ciclos contínuos de ataques de inflamação e de períodos de recuperação. Na segunda fase da doença, a inflamação não é tão grave, mas esta é a fase em que deficiência física se estabelece devido aos efeitos de as células cerebrais substanciais terem sido mortas na primeira fase da doença.
Quando as células imunológicas se tornam-se ativas devido à inflamação, elas podem passar a barreira hematoencefálica e entrar no sistema nervoso central. Algumas destas células imunológicas ativadas secretam uma molécula, conhecida como granzima B, que pode entrar nos neurônios e causar estragos, causando finalmente a morte das células cerebrais. A granzima B é encontrada nas lesões cerebrais da esclerose múltipla, especialmente nos estágios iniciais da inflamação. Esta molécula pode chegar nas células cerebrais através de um "porteiro", conhecido como receptor M6PR.
Os pesquisadores da Faculdade de Medicina e Odontologia descobriram em experimentos laboratoriais que se evitarmos que a granzima B entre nos neurônios, também podemos evitar a morte dos neurônios.
"É essa perda de células cerebrais a longo prazo que leva à incapacidade dos pacientes com esclerose múltipla. Este é um novo alvo para os medicamentos contra a esclerose múltipla que é específico dos processos neurodegenerativos que seguem a inflamação. Um novo tratamento medicamentoso deve abordar esta perda a longo prazo das células cerebrais", disse o neurologista Fabrizio Giuliani.
Giuliani observou que esta última pesquisa baseia-se em descobertas anteriores de seus colegas da faculdade. "Nós estávamos apenas ligando os pontos e dissemos, 'OK, se este receptor é expresso especificamente nos neurônios e não em outras células, é possível que este seja o mecanismo que permite que a granzima B entre nos neurônios humanos e comece a matar as células cerebrais?' O que descobrimos é que, sim, este receptor 'da morte' permite que esta molécula específica entre e, se você bloquear o receptor, você também bloqueará o efeito neurotóxico nos neurônios. Este é um excelente exemplo sobre a colaboração com outros pesquisadores e a pesquisa translacional", disse ele.
Muitos dos tratamentos contra a esclerose múltipla existentes têm como principal objetivo a inflamação cerebral, o que é muito eficaz na primeira fase da doença, mas não tão útil para os pacientes quando chegam à segunda fase. Giuliani diz que o que é necessário são novos medicamentos que possam reparar as células cerebrais inflamadas ou prevenir a degeneração cerebral, primeiramente. Ele diz que este novo alvo terapêutico poderia fazer exatamente isso, ao evitar a morte das células cerebrais nos estágios iniciais da doença.
Com este novo alvo terapêutico, Giuliani acrescenta que apenas uma função específica da célula seria bloqueada, e não as múltiplas funções dela. Muitos medicamentos no mercado bloqueiam as múltiplas funções de um tipo específico de célula. "Estamos bloqueando uma função específica, e não as múltiplas vias e, finalmente, esta estratégia poderia reduzir os efeitos colaterais das novas drogas", disse ele.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

As revelações sobre o cérebro adolescente

Novas pesquisas decifram as transformações cerebrais que acontecem na adolescência, explicam comportamentos típicos e sugerem como lidar com eles
Mônica Tarantino, Monique Oliveira e Luciani Gomeshttp://www.istoe.com.br/capa
O que faz uma garota de 14 anos passar o dia inteiro emudecida, trancada no quarto? Ou ir do riso à fúria em menos de um segundo? Pode ser realmente difícil entender a cabeça de um adolescente. Para ajudar nesta tarefa, a ciência está empreendendo um esforço fantástico. Nos Estados Unidos, ele está sendo capitaneado pelo Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos (NIMH). O órgão – um dos mais respeitados do mundo – está patrocinando uma linha de estudos focada na busca de informações para compreender o que está por trás das oscilações de humor e comportamentos de risco que marcam a adolescência. E as informações trazidas pelos estudos realizados até agora estão construindo uma nova visão da metamorfose sofrida pelos jovens. “O cérebro do adolescente não é um rascunho de um cérebro adulto. Ele foi primorosamente forjado por nossa história evolutiva para ter características diferenciadas do cérebro de crianças e de adultos”, disse à ISTOÉ o neurocientista americano Jay Giedd, pesquisador do NIMH e um pioneiro na investigação do cérebro adolescente.

Giedd e seus colegas estão redefinindo os conceitos da medicina sobre essa fase da vida. Para eles, os tropeços da adolescência são sinais de que o cérebro jovem está procurando se adaptar ao ambiente. Nos primeiros 13 anos de pesquisa, os cientistas estudaram mudanças cerebrais ocorridas do nascimento até a velhice, na saúde e na doença. Descobriram que a adolescência é marcada por um aumento das conexões entre diferentes partes do cérebro. É um processo de integração que continuará por toda a vida, melhorando o trabalho conjunto entre as partes.
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As pesquisas revelaram ainda que, nessa etapa, dá-se o fortalecimento e amadurecimento de algumas redes de neurônios (as células nervosas que trocam informações entre si) e o abandono de outras, menos usadas. Os estudos mostraram também que a onda de maturidade se inicia nas partes mais profundas e antigas, próximas do tronco cerebral, como os centros da linguagem, e naquelas ligadas ao processamento de emoções como o medo. Depois, essa onda vai subindo rumo às áreas mais recentes do cérebro, ligadas ao pensamento complexo e à tomada de decisões. Entre elas estão o córtex pré-frontal, o sulco temporal superior e o córtex parietal superior, envolvidos na integração de informações enviadas por outras estruturas do órgão. Essa evolução explica, em parte, por que nesse período da vida a impulsividade e os sentimentos mais viscerais são manifestados com tanta facilidade, sem passar pelo filtro da razão.

Na tentativa de elucidar por que os jovens atravessam o período de crescimento como se estivessem em uma montanha-russa, um dos aspectos mais estudados é a tendência de se expor a riscos. No começo da empreitada científica para decifrar os segredos do cérebro adolescente, acreditava-se que a falta de noção do perigo iminente estivesse associada à falta de amadurecimento do córtex pré-frontal, área ligada à avaliação dos riscos que só atinge o desenvolvimento pleno por volta dos 20 anos. O avanço das pesquisas, porém, está demonstrando que por volta dos 15 anos os jovens conseguem perceber o risco da mesma forma e com a mesma precisão que um adulto.

Se sabem o que está acon­tecendo, por que os jovens se colocam em situações ameaçadoras? Embora as habilidades básicas necessárias para perceber os riscos estejam ativas, a capacidade de regular o comportamento de forma consistente com essas percepções não está totalmente madura. “Na adolescência, os indivíduos dão mais atenção para as recompensas em potencial vindas de uma escolha arriscada do que para os custos dessa decisão”, disse à ISTOÉ Laurence Steinberg, professor de psicologia da Universidade Temple, especializado em desenvolvimento adolescente e autor de “Os Dez Princípios Básicos para Educar seus Filhos”. Steinberg é um dos mais destacados estudiosos da adolescência na atualidade.

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A afirmação do pesquisador está sustentada em exames de imagem que assinalam, no cérebro adolescente, uma intensa atividade em áreas ligadas à recompensa. Por recompensa, entenda-se a sensação prazerosa que invade o corpo e a mente após uma vitória, como ganhar no jogo ou ser reconhecido como o melhor pelo grupo. Esse processo coincide com alterações das quantidades de dopamina, um neurotransmissor (substância que faz a troca de mensagens entre os neurônios) muito importante na experiência do prazer ou recompensa. “Isso parece afetar o processo de antecipação do prêmio, de tal forma que os adolescentes se sentem mais animados do que os adultos quando percebem a possibilidade do ganho”, diz o psicólogo americano.

Ele também foi buscar na teoria da evolução a justificativa para o mecanismo cerebral que premia os jovens com sensações agradáveis por se arriscarem. “No passado, levavam vantagem sobre outros da espécie aqueles que se deslocavam e assumiam riscos em busca de um lugar com mais alimento”, pontua. “A busca por novidade e fortes emoções representaria, à luz da teoria da evolução, um sinal da capacidade de adaptação dos seres humanos a novos ambientes.” Nosso cérebro teria aprendido esse caminho e estaria reproduzindo-o até hoje. Descobertas ainda mais recentes mostram que a recompensa mexe profundamente com o cérebro. “Todas as áreas do cérebro são afetadas quando uma atitude é recompensada ou penalizada socialmente”, disse à ISTOÉ Timothy Vickery, um dos autores de um trabalho recente publicado na revista “Neuron”.

Paralelamente à configuração cerebral, existem as contribuições do mundo contemporâneo para a tendência ao prazer imediato. “Talvez as dificuldades da vida futura e do mercado de trabalho, por exemplo, levem o jovem a uma situação de viver o prazer imediato. Daí a busca pela bebida, pela droga, pelo sexo e tudo o mais no sentido de se aproveitar a vida”, diz o hebiatra (médico especializado em adolescentes) Paulo César Pinho Ribeiro, da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. De fato, por volta dos 15 anos, dá-se o pico da busca por emoções fortes. A psiquiatra Ana Cecília Marques, presidente da Associação Brasileira do Estudo de Álcool e Drogas, defende uma ação firme nesse momento. “Os pais devem assumir o seu papel e não deixar que os jovens fumem ou bebam”, diz.

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O caminho para enfrentar essa questão é o diálogo. No Colégio Peretz, em São Paulo, a estratégia de conversar longamente sobre os riscos do consumo de álcool e drogas existe há dez anos. “A proposta é acompanhar os jovens e esclarecer as dúvidas que surgem durante esse período”, diz Evelina Holender, coordenadora do projeto.

A busca de emoções e o desejo de ser aceito e admirado pelos outros – duas características do adolescente – podem se converter numa mistura explosiva. O psicólogo Steinberg demonstrou claramente esse mecanismo com o auxílio de um jogo de videogame cuja proposta era dirigir um carro pela cidade no menor tempo possível. No percurso, os sinais mudavam de verde para amarelo quando o carrinho se aproximava. Se o competidor cruzasse o sinal antes de ele ficar vermelho, ganhava pontos. Se ficasse no meio da pista ou na faixa, perdiam-se muitos pontos. Ao disputarem os jogos a sós em uma sala, os jovens assumiram riscos na mesma proporção que os adultos. Mas com a presença de um ou mais amigos no ambiente houve mudança nos resultados. “Nessa circunstância, os adolescentes correram o dobro dos riscos dos adultos”, observou o pesquisador.

O papel do grupo na adolescência também está sendo examinado. “Por volta dos 15 anos, registra-se o pico de atividade dos neurônios-espelho, células ativadas pela observação do comportamento de outras pessoas e que levam à sua repetição”, diz o neurologista Erasmo Barbante Casella, do Hospital Albert Einstein e do Instituto da Criança da Universidade de São Paulo. Esse é um dos motivos pelos quais os jovens adotam gestos e roupas similares. Além disso, há a grande necessidade de ser aceito pelos amigos e o peso terrível da rejeição. “É uma fase na qual a identidade não está absolutamente constituída, e o grupo acaba sendo o meio para experimentar e também uma lente pela qual o adolescente lê o mundo”, diz a psicóloga Joana Novaes, da PUC-Rio de Janeiro. Estudos apontam que há também uma grande quantidade de oxitocina, hormônio relacionado às ligações sociais e formação de vínculos, circulando no organismo, o que favoreceria a tendência de andar em turma.

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Afora o prazer de correr perigo e dos altos e baixos humorais, a adolescência pode ser vista como uma fase de altíssima resiliência, que é a capacidade de se adaptar e sobreviver às dificuldades. Mas há desvantagens. O lado complicado é que o adolescente que passa por tantas transformações está mais vulnerável ao aparecimento de alterações como depressão, ansiedade e transtornos alimentares como a anorexia e a bulimia. Na semana passada, um estudo do NIMH feito com 10 mil jovens com idades entre 13 e 18 anos revelou que 12% apresentavam sintomas de fobia social, um transtorno de ansiedade que afasta os jovens do convívio. No estudo, 5% dos jovens confundiam os sintomas da alteração com timidez.

Ainda não se sabe qual é o impacto do grande volume de novas informações na conduta prática adotada por pais e profissionais ligados aos jovens, como professores e psicólogos. Mas já existem algumas mudanças em curso. Com base em algumas das descobertas, no Hospital Israelita Albert Einstein e no Instituto da Criança, por exemplo, Casella procura orientar os pais a prestar mais atenção às companhias dos filhos. “Existe realmente uma tendência a copiar comportamentos. E os pais precisam interferir nisso”, diz o especialista.

É sabido também que o universo de possibilidades do cérebro adolescente será mais amplo se a criança tiver recebido suporte emocional e familiar, boa alimentação e acesso à educação. “Como na construção de uma casa, o resultado é melhor quando se tem bons alicerces. Por isso é importante estar atento ao desenvolvimento infantil”, disse à ISTOÉ o pediatra Jack Scho­noff, diretor do Centro de Desenvolvimento Infantil da Universidade de Harvard (EUA). Quem passou por carências também tem uma espécie de segunda chance para acertar o passo do desenvolvimento na adolescência, embora com limitações. “Não é possível voltar atrás, mas dar os estímulos adequados ao adolescente irá ajudá-lo a chegar mais perto do seu potencial máximo”, disse Schonoff. Na semana passada, o especialista veio ao Brasil para lançar uma parceria com a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, envolvida em iniciativas para o desenvolvimento integral da criança.

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Por mais que as crises se sucedam, se uma boa comunicação tiver sido cultivada ano após ano, haverá maior proximidade entre pais e filhos. “A crise é um sinal de saúde. O adolescente deve contestar e confrontar os pais, porque isso faz parte da reformulação pela qual ele está passando”, diz a psicanalista da infância Ana Maria Brayner Iencarelli, do Rio de Janeiro. Outra opção que se tem mostrado eficiente para auxiliar os adolescentes a atravessar esse período da vida são cursos que orientam sobre como criar coletivamente, planejar um evento, montar um show ou criar um blog, por exemplo. Não é por acaso que iniciativas estão se popularizando mundialmente. Pesquisas da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, referendam essa diretriz. “Adolescentes engajados em atividades que exigem criatividade aprendem a planejar e lidar com situações inesperadas”, diz Reed Larson, professor do departamento de Desenvolvimento Humano e Comunitário da universidade americana.

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