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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

REDENÇÃO


No esoterismo aprendi um dia
Que tenho um anjo da guarda
E outro chamado construtor,

O primeiro me protege e guia
O outro é mensageiro do Senhor.

Pedi ao segundo que buscasse
Respostas ao meu aflito coração
A verdade que enfim me orientasse
Na busca da eterna salvação.

Fui conduzido a primeira estrada
Inicio de minh'alma a redenção
Guiado por uma estrela iluminada
Ao vale da sublime purificação.

Vislumbrei uma placa cintilante
Indicando a estrada da caridade
Onde vaguei como um errante
Vendo as marcas da minha iniquidade.

Ao final outra placa indicava
A estrada da benevolência
Que ao percorrer eu escutava
Os lamentos de minha consciência.

A seguir vi a estrada do perdão
Congestionada por espíritos egoístas
Aqueles que não creram na salvação
E foram por opção materialistas.

Na estrada da discórdia almas vagavam
Perdidas na escuridão do rancor
Provando do veneno que destilavam
Quando semeavam tristeza e desamor.

A estrada da vaidade refletia
A matéria pavorosa e desfigurada
Daqueles que esqueceram um dia
Que poder e beleza física não é nada.

Alcancei a praça religiosa
Onde existia calorosa discussão
Dos pretensiosos que na vida caprichosa
Pregavam ter de Deus procuração.

Na estrada da ambição senti pavor
Ao ver tanto sangue derramado pelo chão
Misturado a troféus que o homem conquistou
Nas guerras onde não existe compaixão.

Fui revivendo da vida minha história
Tanta coisa que passei sem perceber
Longa metragem de minha trajetória
Felicidade que almejei sem merecer.

Ouvi gritos, palavras sem sentido e ira
No vale da loucura e tormento
Eram aqueles que usaram da mentira
Para tirar proveito da miséria e sofrimento.

Na estrada da luxúria me choquei
Ao ver muitos que pregavam o moralismo
Nos quais fui um ingênuo que acreditei
Sem perceber que eram artistas do cinismo.

No vale da saudade me encontrei
Com os sonhos que havia sepultado
Pessoas tão queridas que amei
E hoje habitam da vida o outro lado.

No campo da tristeza me ajoelhei
Sentindo o peso de minha imperfeição
Olhando para o céu lágrimas derramei
Envergonhando com minha pretensão.

No labirinto do remorso encontrei
Os insanos declamando sem parar
As poesias que conheci e tanto admirei
Dos poetas a quem só fizeram explorar.

Na estrada do egocentrismo vi o lamento
Dos falsos pregadores da liberdade
Em retóricas ensaiadas levadas pelo vento
Sem um mínimo de escrúpulo ou verdade.

Ao meu anjo construtor agradeci
A viagem pelo longo aprendizado
Pois agora finalmente entendi
O muito que me falta ser lapidado.

Ao longe vi que uma luz resplandecia
Brilhando no mais sublime esplendor
Era o Senhor que com bondade me dizia
Que o caminho da redenção é o amor.

Dessas lições nasceu esse poema
De um coração que conheceu a verdade
Consciente que a vida é efêmera
E só o amor constrói para eternidade.



Autor: Falcão S.R – Rio de Janeiro (RJ) Brasil

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