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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Esclerose múltipla ganha primeira medicação oral

Doença neurológica de caráter inflamatório e neurodegenerativo, a esclerose múltipla ganhou mais uma opção de tratamento, que só está disponível para comercialização na Rússia. Pelo menos, por enquanto. O diferencial desse fármaco é que se trata da única medicação oral para controlar essa enfermidade que afeta cerca de 2,5 milhões de pessoas no mundo. Batizado de cladribina, o remédio da Merck Serono é indicado para redução de surtos em pacientes com esclerose múltipla.

A aprovação dele foi conquistada com base nos resultados do estudo Clarity (sigla para Cladribine tablets treating MS orally), realizado com aproximadamente 1,3 mil pacientes.

O trabalho demonstrou que a utilização da medicamento oral diminuiu significativamente os surtos da doença. Além disso, os pacientes que receberam esse remédio tiveram, após o uso por 96 semanas, diminuição na progressão da doença e em sua atividade. Esses dois benefícios foram detectados através da ressonância magnética.

O diretor da área farmacêutica da Merck, Elmar Schnee, afirma que a empresa está aguardando novas aprovações de entidades regulatórias num futuro próximo. Em junho, a cladribina foi submetida para a aprovação do Food and Drug Administration (FDA), agência regulatória responsável pelo setor nos Estados Unidos. De acordo com as previsões da empresa, o remédio deve ser comercializado em 2011.

* Saiba mais sobre esclerose múltipla

É uma doença de difícil diagnóstico, o que pode atrasar o tratamento e impactar negativamente a qualidade de vida do paciente. A doença afeta o sistema nervoso central e geralmente acomete adultos jovens. Entre os principais sintomas, estão fraqueza, dormência ou formigamento dos membros, além de distúrbios visuais e cognitivos.

Por ser uma doença crônica, a manutenção do tratamento ainda é um dos grandes desafios para o controle da patologia. A adesão ao tratamento permite postergar a progressão da enfermidade e reduzir a frequência de surtos, o que melhora a qualidade de vida do paciente. No Brasil, estima-se que exista uma média de 15 casos a cada 100 mil pessoas, sendo as mulheres duas vezes mais atingidas que os homens.

Infelizmente, a causa da esclerose múltipla ainda é desconhecida. Sabe-se que o paciente nasce com uma predisposição genética e que alguns fatores ambientais, como exposição solar, tabagismo e alguns tipos de vírus funcionam como um gatilho para o desencadeamento do transtorno.

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